31 de janeiro de 2009

O dia depois de amanhã

E agora José? A festa acabou...

30 de janeiro de 2009

Se o trânsito fosse realmente uma guerra


Eu trocaria a metralhadora por uma bazuca. Ou por um lança morteiro.

29 de janeiro de 2009

Maldito Descartes. Bendito Descartes.

"O bom senso é a coisa mais bem distribuída do mundo: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de se contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que têm." R.D.


Colocar o nome na história é fácil. Muitos idiótas conseguiram. Difícil é colocar o nome na história e ser lembrado pelos motivos certos.

René Descartes até hoje é considerado o pai do racionalismo e um dos fundadores da idade moderna. Suas contribuições transcendem nossas divisões de conhecimento. Mais apropriado do que dizer que ele contribuiu para o progresso da matemática ou da filosofia é dizer que ele contribuiu para o progresso do conhecimento humano. Até o começo do século vinte o chamado cartesianismo (Cartesius era a forma latinizada do nome Descartes) era a própria imagem da ciência e do caminho correto da busca pelo conhecimento. Do meio pro final do século vinte ele virou o culpado por todas as mazelas causadas pela forma mecânica-reducionista de ver o mundo.

Nem tão ao céu, nem tão à terra.

Até chegar a idade adulta, René Descartes levava uma vida mansa. Sua família era abastada e ele nunca passou dificuldades. Trabalhar? Acordar antes do meio dia estava fora de questão. Teve acesso a livros e ao que havia de melhor na educação e na cultura da época.

Porém, não era considerado exatamente um bom aluno. Ele não conseguia concordar com a forma com que seus professores, padres jesuítas, tratavam o conhecimento e arranjou algumas encrencas por conta disso.

Então, após concluir seus estudos, quando todos esperavam que ele assumisse um cargo público ou em alguma universidade, Descartes resolveu chutar o balde e se alistar no exército de Maurício de Nassau.

Epa, alistou-se num exército??? Tava querendo morrer???

Talvez. Mas a principal justificativa que ele deu foi que não conseguia encontrar proveito em continuar na vida acadêmica, melhor seria viajar para conhecer o mundo. E pra isso nada melhor do que um exército bastante ativo. (Nassau esteve no Brasil, conquistou pernambuco e arredores, viveu um tempo por aqui. Ou seja, "quase" que Descartes conheceu o Brasil!).

Agora imagina a situação que ficou o general (não sei bem se era essa a patente) que recebeu o cara em suas tropas. O cara era um folgado, não estava acostumado a trabalhar, nunca deve ter feito esforço braçal, não devia nem conseguir carregar uma bala de canhão. Em suma, era um fracote. E por mais que tenha se alistado por vontade própria, ainda era o filho de um nobre e se ele morresse na frente de batalha o general talvez tivesse alguma dor de cabeça.

Por outro lado, devia ser um dos únicos ali que sabia ler e resolver problemas matemáticos.

A solução desse impasse foi fundamental para que o jovem e "desmiolado" Descartes chegasse a uma de suas maiores contribuições: a idéia de função.

Descartes ficou responsável por manusear um aparelho ótico (não consegui encontrar o nome desse aparelho, mas deve ser algo parecido com um teodolito) que possibilitava medir a distância em que se encontravam as tropas inimigas. Seu trabalho era encontrar essa distância e passar a informação para o canhoneiro, que girava uma manivela e deixava o canhão na angulação correta para acertar o alvo.

Ele percebeu que a quantidade de voltas que o experiente canhoneiro dava na manivela dependia do número que ele falava. Percebeu que, apesar de voltas de manivela e distâncias não terem aparentemente nada a ver, existia uma relação numérica entre essas duas coisas.

E dessa forma até mesmo meio besta, sua proposta se mostrou bem sucedida. Depois de passar muitos anos na escola, foi na "universidade da vida" (que brega!), metendo a mão na massa, que ele desenvolveu uma das idéias mais brilhantes da história.

Descartes é uma figura muito bacana. Voltaremos a ele muitas e muitas vezes.

Recomendo a leitura deste texto.

Louco por ti Juventus


Chega de futebol sem graça. Chega de jogadores mercenários. Chega de cartola filho da pura. Chega de Galvão Buenão. Eu quero é o futebol de verdade. Quero ver o bandeirinha com medo de anular o gol do time da casa. Quero ver nego honrando a camisa pra não apanhar da torcida. Quero ver criança e velho tranqüilos no estádio.

E já que nosso negócio é reclamar as ruas, resolvemos também reclamar os estádios. Um dos maiores patrimônios culturais do nosso povo não pode ser destruído assim por uma dúzia de safados.

Por isso tudo, sábado será um dia histórico para o futebol brasileiro e, quiçá, mundial. Sábado surgirá a primeira torcida desorganizada movida a pedal. A massa crítica do moleque travesso. Sairemos da praça do ciclista entre uma e duas da tarde rumo a um dos mais tradicionais endereços do futebol: a rua Javari. Onde assistiremos o Juventus enfrentar o América de Rio Preto. Um jogo de muita tradição no futebol paulista.

Todos estão convidados, não precisa pedalar, pode ir a pé ou de metrô também.

Para ir sentindo o gostinho, leia esse texto e assista este vídeo.

Taca preda no Laércio


Uma imperícia típica dos maus motoristas que não sabem que o código brasileiro de trânsito obriga o motorista a passar a bicicleta a 1,5 metro de distância e a uma velocidade compatível. Que não sabem que os veículos maiores devem cuidar dos menores e todos cuidam do pedestre. Mais: a preferência é sempre dos mais fracos: carroças, bicicletas e principalmente pedestres. Não por egoísmo destes, mas para preservar-lhes a vida e a integridade física. Um carro você conserta em horas, uma perna em meses. Uma vida... vai-se.



Duvido que ele vá escrever muito. Seria bom se o fizesse. Mas fica aqui a dica: leiam as gotas preciosas que o Láercio nos brinda em seu blog.


Amigos eu fiz e faço, amigos eu perco. E segue o barco, com aqueles que querem continuar nele. E com aqueles que eu deixo continuar. Que venham as pedras!



Na foto tirada pelo André, eu e Laércio descendo a graciosa. Foi um dos dias mais lindos da minha vida.

Bicicletada da paz




Paz. É o de que mais precisamos nesse momento, tanto no mundo como em nossas casas. Janeiro foi um mês difícil: muitas perdas de inocentes, alguns do outro lado do planeta, outros bem na rua pertinho de nós. Por isso, a Bicicletada Paulistana de Janeiro busca celebrar a PAZ, resgatar a alegria que é se locomover de bicicleta e mostrar que um outro mundo é possível. Um mundo onde as ruas são de todos e existe a possibilidade de convivermos pacificamente, em Paz.


O local? O mesmo de sempre, Praça (ainda não sinalizada) do Ciclista, que fica no canteiro central da Avenida Paulista, entre as ruas da Consolação e Bela Cintra.

O horário? O mesmo de sempre, concentração a partir das 18:00 e saída às 20:00.

O trajeto? Como sempre, decidido na hora, mas sempre um trajeto que seja possível para toda a massa.

Apareça e confira. Em caso de chuva, a Bicicletada está automaticamente CONFIRMADA, pois quem pedala sabe que depois da tempestade vem o ar limpo, pelo menos por algumas horas.


Saiba mais:

O que é
Massa crítica
Entre em contato

Uma questão de matemática básica


Reciclar é bom. Reutilizar é mais legal ainda. Conseguir nem gastar é o que há.

Num sistema fechado é impossível falar em recursos infinitos.

28 de janeiro de 2009

I will derive


Péssimo!!!!

Acho que qualquer pessoa que não seja das exatas vai me xingar.

Quem for também vai, mas vai dar aquela risadinha malvada.

27 de janeiro de 2009

26 de janeiro de 2009

Ciume da Daniela

Comentário da minha amiga psicolouca Daniela no post "ciúme do Contardo".


"... meu bem, o ciúme é pura vaidade" rsrs

Penso no ciúme como algo que protege nossa auto-estima. Quem sente ciúme, sente-se ferido em seu narcisismo, sente um rompimento de equilíbrio. E quem aceita o ciúme possessivo do companheiro, põe-se num lugar de objeto, como se sentisse protegido do próprio desejo e do desejo alheio, como se isso fosse possível.

24 de janeiro de 2009

Experimenta!!!

Não sei quem fez.

22 de janeiro de 2009

Guia para bombar bicicletadas

Fazer uma bicicletada todo mundo já sabe. Quem não sabe basta navegar na página da bicicletada ou ler o Apocalipse motorizado (tanto faz o livro ou o blog). Agora a questão que parece mais urgente é "como bombar uma bicicletada?"

A experiência de Sampa foi bacana e segue como referência. Lembrando que uma referência é apenas uma referência, um exemplo, não quer dizer que basta copiar, é só um caso de sucesso.

Pensando nisso resolvi juntar algumas memórias sobre aquela época romântica em que éramos menos de vinte. Essa é a minha visão da coisa e estou expondo ela aqui para que outras pessoas à critiquem e possamos aprender mais sobre o assunto. Talvez até criemos algum documento com toda nossa espertisse.


1 - Se não for divertido para você, não faça!!! Se você está perdendo o tesão pela coisa tem que escolher entre duas opções: leve coisas divertidas para dentro da bicicletada ou não participe mais.

2 - O sentimento de fazer parte, de encontrar pares é o que mais motivava as pessoas a voltarem. Pessoas que aparecem pela primeira vez tem que ser muito bem recebidas. É preciso ir até elas, se apresentar, conhecê-las, mostrar pra elas que aquilo pode ser tanto delas quanto já é de quem já está.

3 - A alegria contagia e a bicicletada é capaz de repor essa tão importante característica humana nos áridos espaços cimentados das cidades.

4 - A cerveja é o melhor lubrificante das relações sociais. As melhores bicicletadas sempre terminavam nos butecos.

5 - Um pouco de burocracia é bem vinda. Por mais que seja um movimento horizontal e ninguém mande em ninguém, nada impede que as pessoas se organizem e dividam tarefas de acordo com as possibilidades e habilidades de cada um. Se ninguém é capaz de realizar alguma das tarefas pretendidas, paciência, ela não será realizada até que alguém apareça em condições para tal.

6 - Rotina ajuda a organizar. Todo mundo tem que saber que a bicicletada acontecerá tal dia, em tal local, em tal hora, faça chuva ou faça sol, com uma ou com mil pessoas.

7 - Existe um número virtualmente infinito de panfletos e cartazes. Nada impede que você faça novos, o que não dá é para não ter nada nas mãos. Crie ou copie, tanto faz, mas arme-se de material de divulgação.

8 - Se você realmente acredita que vale a pena, não desista nunca. Nunca!!!

A equação que ninguém conseguia resolver

Resenha que fiz para a revista aventuras na história.


“Não tenho tempo”, entre equações e argumentos apressados escrevia o jovem Galois. Ele sabia que ao amanhecer seria um homem morto, aos 20 anos. Abel também não tinha tempo. Morreu aos 26 anos, vítima da pobreza. Em "A equação que ninguém conseguia resolver", o físico e matemático Mario Livio nos conta como esses dois gênios conseguiram mudar os rumos da matemática, apesar de suas curtas e atribuladas vidas. Com erudição e simplicidade, a matemática é apresentada na sua forma mais humana.

“A genialidade de Abel e Galois só poderia ser comparada a uma supernova – uma estrela em explosão que, durante um breve período, brilha mais que todos os bilhões de estrelas da galáxia que a abriga.” P.111

21 de janeiro de 2009

Cerveja de sétimo dia

O Pasqua mandou pra lista da bicicletada o texto encontrado no micro da Márcia com o nome CASO ME ACONTEÇA ALGO. Foi omitido apenas o item 3 que trata de grana e senhas pessoais:


Como nunca sabemos, aqui estão algumas informações importantes:

1- Quero ser inteira doada. Órgãos para reuso, corpo para estudo (em homenagem à Marisa, preferência à escola paulista de medicina)

2- Como não vai ter corpo mesmo, nada de eventos fúnebres. Festa pode ser demais para alguns ânimos, mas reunião com cerveja é obrigatório, enquanto louvam minhas infinitas qualidades... hehehe!

A princípio é isso. Obrigada por fazerem minha vida valer tanto a pena. Amo todos vocês.

Beijos e afagos,


Márcia



PS: Se eu virar um vegetal, que seja sem aparelhos me mantendo. Se for pra ter seqüelas, não fazer nada. Vida a qualquer preço não vale pra mim.

Se for acidente de bike ou moto, saibam que vou feliz. "viver ou morrer é o de menos [...], ser feliz ou não, questão de talento"...


Esse último trecho entre aspas é uma música de Alice Ruiz. Uma amiga dela escreveu um texto muito bonito em homenagem.

Bebamos!!!

homens mais ricos proporcionam mais prazer às mulheres

Lembra daquela piada: quem gosta de homem é viado, mulher gosta mesmo é de dinheiro?

Pois é, pesquisadores da universidade de New Castle afirmam que "homens mais ricos proporcionam mais prazer às mulheres durante relações sexuais". Como, segundo eles, o orgasmo serve para selecionar entre os machos com base em sua qualidade, concluiram que parceiros mais desejáveis levam as mulheres a terem mais orgasmos. (Brilhante! Devem ter pensado muuuuito para chegar a essa conclusão). E o que é mais desejável na nossa sociedade do que o dinheiro?

Mas eles foram além. Concluiram também que essa maravilha é condicionada por uma adaptação evolucionária. (Uau! Estranho seria se eles acreditassem que foi Deus que desenhou o ser humano com essa característica a seu bel prazer).

Imagino que a metodologia usada foi simples: eles usaram os dados de uma gigantesca pesquisa feita na China sobre estilo de vida, saúde e família. Devem ter cruzado os dados e descobriram que a característica que tem correlação mais forte com a quantidade de orgasmos é a quantidade de dinheiro no bolso do parceiro.

Logo, mulheres gostam mais de homens que tem grana.

Particularmente não confio em nada que foi feito na China, principalmente pesquisas de opinião sobre a vida pessoal dos caras.

Correlação não é causa e a não compreensão disso é que confunde as pessoas, inclusive os especialistas, e faz com que a estatística não goze de tanta credibilidade, apesar de sua enorme fama.

20 de janeiro de 2009

É possível

Copiei e colei este post do blog do Milton Jung. Será simplesmente uma questão de dinheiro? Educação fica facilitada com dinheiro, mas vai além disso.

Bem, se funciona em algum lugar do mundo, não dá pra dizer que é impossível.



Reproduzo mensagem e foto enviados pelo ouvinte-internauta Paulo Assis.

“Milton,

Li diversos comentários a respeito de morta da ciclista na Paulista esta semana. Cada um com determinado ponto de vista e ao final de todos fica uma sensação de que o que, de uma maneira geral, o que falta é EDUCAÇÃO. Educação para a população pois esta é a base que nos dá conhecimento para possamos saber de respeito, direitos e deveres.

Encaminho aqui uma imagem que me chamou demais a atenção e gostaria de compartilhar contigo.

Há dois anos fomos, eu e minha esposa, em viagem de férias para o interior de Europa. Um dos lugares que fomos conhecer foi Salzburg ( Austria ) e lá flagrei a foto que te envio em anexo, onde na faixa de onibus e ciclovia ( a inidicação do chão mostra que são uma única ) há uma freira com seu habito à frente de um onibus. Não houve qualquer insulto ou mesmo buzina para que ela saísse do caminho.

Abraços,

Paulo Assis”

Alguém se dará conta que o volume de trânsito na cidade alemã, cenário da fotografia, é muito menor do que na capital paulista e usará este fato para justificar a violência nas avenidas e ruas de São Paulo. Mera desculpa. O problema aqui, como bem ressalta o ouvinte-internauta, é de educação, respeito.

Por um trânsito ético !

19 de janeiro de 2009

Um local de adoração da ciência

Um blog te leva a outro, que leva a outro, que leva a... e assim cheguei no idéias cretinas (que já comentei aqui). Como disse na ocasião, era o blog que eu queria escrever. Não concordo com tudo, óbvio, e não mudaria meu jeito de fazer a coisa, mas morri de inveja do fôlego: o cara escreve diariamente sobre matemática, ciências e afins.

Mas a diversão estava apenas começando.

Este blog faz parte de um projeto maior chamado Lablogatórios que reúne milhões de blogs interessantes sobre os mais variados assuntos científicos. Ceticismo, computação, ambiente, cérebro, matemática... tudo. E se você tiver um blog de ciência ou se estiver pensando em ter um, pode fazer parte da brincadeira.

Será que eles me aceitariam?

Vejam como eles se apresentam:

Acreditamos que os blogs são a ferramenta ideal para se divulgar Ciências tanto para iniciados quanto para não iniciados. Que são capazes de transpor a barreira que separa grande parte da sociedade do conhecimento científico.

Desejamos que a Ciência se espalhe fácil e distante, assim como os frutos de um dente-de-leão, nosso símbolo, que se dispersam com o vento. Ciência boa se dispersa assim: de modo divertido e eficiente.

Buscamos espalhar Ciências pelos múltiplos cantos da Internet, mesmo que tenhamos que concentrar a maioria dos blogs de Ciências brasileiros em um só local. Quem sabe um dia teremos a honra de incluir blogs de Ciências de outros países que falam a língua portuguesa.

Sonhamos em criar o ambiente que vai propiciar a troca de idéias e favorecer a geração de conteúdo relevante e de qualidade, demonstrando assim a capacidade dos blogs como mídia no Brasil.

16 de janeiro de 2009

Meu desabafo

Foda. Tá foda. A ficha ainda não caiu direito. As vezes esqueço e fico bem. Mas logo lembro e é difícil. Ontem, quando cheguei na praça do ciclista para a homenagem com a família, vi de longe uma mulher de costas com o mesmo cabelo dela e pensei que era ela. Mas, infelizmente, era óbvio que não era. Era alguma parente. Parece que o cérebro da gente não quer acreditar, faz de tudo pra negar a tristeza, como se isso pudesse mudar alguma coisa.

Mas não muda. Tá feito. Melhor deixar doer.

Esse apoio mútuo está sendo muito importante. Obrigado a todos os corajosos amigos.

Cumpra-se a lei. Simples assim!!!!

Informação importante e categórica encontrada pelo amigo Bencz:


Prezado Sr Informamos que em pesquisa realizada foi encontrada 01 (uma) autuação no enquadramento Código 589-4 (Deixar de guardar a distância lateral de 1,50m ao passar/ultrapassar bicicleta no período de dez/2007 a nov/2008. )
Atenciosamente,
CET - SP
GSU - Gerência de Suporte à Fiscalização de Trânsito



Na minha opinião, a primeira e mais importante medida que o poder público poderia (DEVERIA!!!!) tomar para evitar mortes de ciclistas era aplicar imediatamente esta lei. No momento, não consigo pensar em nenhuma outra lei cujo descumprimento seja tão assassino. Essas multas fariam com que os motoristas começassem a enxergar que existem bicicletas no trânsito, que existe vida fora da bolha de metal que eles se encontram.

A prefeitura é conivente com esses assassinatos.

Bicicleta = liberdade

Comentário da Mariane na lista da bicicletada sobre esta matéria publicada na folha de hoje.


Milton Santos dizia umas coisas bem interessante sobre isso...hoje a sociedade globaritária impõe suas regras... e nós que não aceitamos essa imposição somos tratados como seres de outro planeta e até mesmo seres invisíveis!

Esse negócio de ciclovia é "tão imbecil", parece coisa de gente tonta... me transmite a idéia de ficar "trancado" num lugar, num cercadinho... é isso que eles querem fazer, trancar os ciclistas num cercadinho... bicicleta remete a liberdade... você pode ir onde quiser a hora que quiser... só fazendo bem à você mesmo...

Mas sabe, no fim a bicicleta não combina com o que a globalização vende hoje. A lei do menor esforço... sente, assista programas idiotas, engorde, depois vá, se tranque em uma academia e perca quilos, gaste também seu dinheiro em salões de estética, etc etc... uma beleza inventada, pessoas inventadas, uma sociedade inventada. É por isso que não podemos parar! Precisamos mostrar que é diferente! =D

Bons ventos!

Mariane

Desabafo da JuMmmmm

Para quem nunca participou, talvez ajude a entender um pouco o que se passa na bicicletada.


Pessoas queridas,

Há algum tempo que ando aparecendo pouco, na lista e nos encontros. Desnecessário enumerar motivos e razões... Nestes últimos dias aconteceram tantas coisas, e tantos pensamentos vieram à tona... Esta vida tem os seus caminhos imprevisíveis, e como muitos de nos eu também andei percebendo e repensando alguns valores, algumas atitudes. Repensando pensamentos.

Cheguei na bicicletada para juntar-me ao grupo que admite que isto tudo mudou muito a minha vida. Sempre vêm novas descobertas, novos aprendizados, novas pessoas, novos afetos... Aprendo muito sobre o mundo, sobre as relações humanas, sobre quem eu sou e como ser no meio de toda a bagunça que é este universo. Esta cidade tão louca...

Tantas coisas que vêm à cabeça e que eu não digo, tantas vezes que falo coisas desnecessárias e supérfluas, tantos abraços que deixo passar, mensagens que deixo de responder, ligações adiadas...

Aqui faço amigos que são de outra nova natureza, outro tipo de conexão.

Nunca perdi gente próxima, e esta irreparável perda neste fatídico 14 de janeiro, da forma como aconteceu.... Me fez enxergar tantas tantas coisas. Todo o valor e o amor que eu dedico aos meus queridos bicicletantes, e a todos os amigos na vida estão gritando em mim, e quero que gritem sempre. Não posso me esquecer de como é incrível a vida, como são lindas as possibilidades e como os segundos são essenciais e densos e imperdíveis. Pra onde é que vamos caminhando-pedalando....?

Aprendi muito com a Márcia, como aprendo muito com todos vocês e amo todos com força e dedicação imensuráveis. E isto tudo é tão frágil. Vocês são uma parte de mim e uma grande familia que eu amo fazer parte. Quero cuidar e me sinto cuidada. Confio muito nestes malucos que me levam para aventuras que eu não concebia. Vivemos coisas que só quem pode participar sabe... e sou muito grata.

Quanto à aventura de pedalar nesta bagunça, não tenho escolha e vamos fazendo como podemos. E podemos. E devemos. Mas como será daqui para frente? Gostaria de poder proteger cada um de nos, cada um dos meus amados, pra enfrentar a violência que é a vida. Enfrentar a cidade inacreditável...

Pensamentos....
Tantas coisas.

Queria poder proteger.

Sinto muita falta já, nunca vou me esquecer da Márcia.

Amo muito vocês, meus queridos amigos, que tanto me fazem evoluir.

Coragem! Cuidado! Força!

Sintam-se abraçados e beijados, amor e afeto transbordando pelos poros,

Cheia, cheia, cheia de tristeza,

JuMmm

É um problema de todos

Veja que tudo o que se disse sobre a péssima relação entre motorizados e bikes é aplicável a pedestres, também. No mesmo dia, na mesma avenida, dois pedestres foram atropelados. Um deles morreu ali mesmo na rua. Portanto, enfie na cabeça: o problema é de todos. Não é problema de um grupo de ativistas. É problema de toda a cidade. É um problema social e cultural, acima de tudo. Simplesmente com respeito humano, mesmo com as ruas inadequadas que temos, crueldades gratuitas já não aconteceriam. Seriam evitáveis com um pouco a mais de civilização.



Leia mais neste endereço.

15 de janeiro de 2009

O melhor domingo chuvoso e frio

O primeiro passeio da Márcia com a bicicletada foi no benfadado passeio pra Sorocaba que acabou no Embú. No dia seguinte ela escreveu pro Mestre Márcio Libélula (segunda parte) e acabou extendendo o agradecimento para lista (primeira parte).




Quem não foi ao Embu nesse domingo chuvoso ? Eu Fui...

Agradeço a todos pelo domingo beeeem diferente! Adorei o passeio, foi demais!Prometo treinar mais para não interferir na velocidade do grupo nas próximas aparições... e especial obrigado ao xará, meu "motor reserva" que me fez voar!!!

Valeu!

Márcia

Querido xará de nome e geriatra (hehehe!). Foi o "melhor domingo chuvoso e frio" da minha vida, foi muito bacana conhecer o pessoal e vencer esse baita desafio. Desde que começou a história de Sorocaba fiquei na pilha de ir, mas sempre temendo a velocidade do grupo. Fui acompanhando as trocas de mensagens, os mais cautelosos e os mais desencanados, e eu pensando se daria ou não. Quando concluí que daria conta da km, mas não da velocidade, coloquei meu nome na lista com o aviso que era lenta, esperando os comentários. Como foi tudo bem, desencanei e fui embora. Naquele momento em Osasco, quando falei que voltaria, é pq realmente achei que minhas subidas estavam muito aquém da galera. Que bom que vcs deram uma força e eu resolvi ir.Adorei vcs se revesando no "fundão" para me acompanhar, adorei a velocidade do "guincho", acho que o único momento de medo mesmo foi quando passamos por aquele carro estacionado no túnel, acho que se tivesse mais 1 milímetro de quadril teria arrancado o espelhinho dele (hehehe). Desde antes da bicicletada estava olhando os grupos de pedal, tenho uma cliente que pedala e ficava trocando idéias com ela, mas o que mais gostei desse grupo, que conheci na bicicletada, é essa mistura de prazer com pedal. Já "passei da idade" da performance, quero sim superar meus limites mas com prazer, não de olho no relógio ou em metas absurdas. Óbvio que pretendo pedalar com vcs "com minhas próprias pernas", mas não me senti diminuída pelo reboque, pelo contrário, achei de um companheirismo ímpar que só me fez gostar mais do grupo.Tenho vontade de participar dos pedais noturnos, o problema é que geralmente estou trabalhando no horário que vcs começam. Meu trabalho começa quando as pessoas saem do trabalho... tenho mais disponibilidade durante o dia que à noite, mas quando der pode ter certeza que aparecerei!Por último, e não menos importante, FELIZ ANIVERSÁRIO!!!! Fique frio que mais 3 meses voltaremos a ser xarás na idade tb!!! hehehe.bjão,Márcia

Olhos recém nascidos em luto

Não conheço a dona deste blog, mas assino embaixo.


Eu imagino um mundo sem carros. Com ruas largas e bicicletas, muitas bicicletas. De todas as cores e formas. As pessoas usariam chapéu panamá andando de bicicleta. Crianças pra lá e pra cá, teriam bicicletinhas de luz. Madames com seus poodles e patrões ouvindo notícias no rádio andando de bike pelas vielas, subindo ladeiras quase sem ar, descendo a milhão, com aquela puta sensação de voar.

No mundo sem carros, o tempo seria outro. As pessoas a pé se olhariam. As pessoas de bike se olhariam. Entre o tempo de saída e o tempo de chegada existiria o tempo da caminhada, da pedalada. De olhar pro outro e pro lugar onde vivemos. De ver o céu, as árvores, as casas, as estrelas. O deslocamento seria algo essencial, de encontro, de respiro, de preparação, de passeio, de conhecimento. Chegar seria bem mais gostoso.

No mundo sem carros, captaríamos muito mais o senso do coletivo. Sairíamos das nossas caixas individuais motorizadas e com ar-condicionado. Não dá pra negar: tá todo mundo aqui, vivendo neste mesmo caos. Transitamos nas mesmas ruas e avenidas. Carros, motos, ônibus, bikes, skates, pessoas a pé. Somos todos seres humanos por trás destas máquinas, temos a obrigação de encontrar alguma harmonia. Ou não? Ou organizamos essa porra ou começamos mesmo a passar por cima uns dos outros, sem nem olhar pra trás. A escolha é nossa.



* Este texto eu dedico para a Márcia, da bicicletada, que eu nunca terei a oportunidade de conhecer.

Canna em luto

Tá difícil de acreditar.

A gente no dia-a-dia, se acostuma com o risco de andar de bicicleta em SP, de viver nesta merda. Eu acreditava que era possível usar este meio de transporte, mas isso que aconteceu com a Márcia não vai me deixar pedalar tranquilo. Eu não consigo.

Puta que pariu, só Deus sabe porque coisas assim acontecem e peço a Ele que proteja os nossos caminhos, peço que vocês se cuidem no trânsito, pensem que qualquer dia pode ser o último passeio, a última bicicletada, a última vez que vc vê seu pai, sua mãe. Por quê tem que ser assim, POR QUÊ?

Eu perdi uma amiga, um nova amiga e de verdade...é difícil ver uma mensagem na sua caixa de emails de alguém que não está mais aqui!

Sei que é um momento de emoção mas, senti o quanto vocês da bicicletada, que às vezes vejo uma vês por mês e olhe lá, são importantes para mim.

Só consigo pensar na manhã do dia 1º de Janeiro,no nosso encontro ciclístico no centro em que vimos aquele raiar de dia lindo, no topo do prédio. Voltei com ela até o Ipiranga, pedalando pela Avenida Paulista que seria onde ela pedalaria seus últimos metros neste mundo.

Eu não tô legal não. Tô muito confuso e preciso pensar no que realmente importa na vida...isso não foi justo, mas quem sabe de nosso destino é algo superior que não erra - e temos que nos amparar nisso para seguir a vida.

Tchau moça do capacete vermelho.

Canna

João em luto

Jamais imaginei que um de nós morreria assim, na avenida que é mais nossa do que qualquer outra. Ainda mais a Márcia, tão prudente. Objetivamente não sabemos ao certo o que aconteceu, mas só a morte é definitiva e foi isso que tivemos.

Tremia minhas pernas subindo pela Teodoro em direção a paulista. Não queria acreditar, era como se fosse mesmo uma parente, era como se fosse eu mesmo, ou uma pequena parte que ia com ela. Mas ao chegar o que chamou a atenção não foi um corpo coberto, mas uma bicicleta que permanecia em pé, quase intacta, apenas com a corrente que saltou das coroas.

Com o passar dos acontecimentos foi isso que senti. Morremos todos, morreu um pedaço de cada um de nós que pedalamos por São Paulo. Mas a bicicleta e a bicicletada permaneceu em pé. E já estavam presentes alguns amigos da bicicletada. Algum tempo depois, enquanto o IML recolhia o corpo a chuva caia forte, como que para lavar o asfalto. O vento trouxe o cheiro de sangue para não nos deixar esquecer que era uma vida que havia sido perdida.

Foi muito triste, mas não chorei. Avisei a uma amiga dela por telefone e senti-me culpado pelas lágrimas que comecei a ouvir do outro lado, lágrimas de incredulidade. Logo essa amiga avisou outras e uma mobilização se formou nesse outro núcleo. O grupo se dividiu e fomos alguns para a delegacia. A mesma 78 DP nos Jardins que já estivemos antes. Seguimos eu e o Albert a bicicleta da Márcia, pendurada em uma viatura da PM, chegamos antes, afinal a bicicleta é o veículo urbano rápido que conhecemos. Mas essa pequena vitória não nos valeu muito.

Tudo entrega à polícia, fomos ao IML e lá estavam amigas e uma tia. Foi triste, mas comecei a ver então a beleza maior da bicicletada. E ao chegar na Praça me emocionei de novo, por ve-la já com vários ciclistas reunidos. Os abraços foram doloridos, mas mostraram aos poucos que a Márcia partiu, mas que o grupo se reuniu.

Antes, no meio da tarde achei que um pouco de nós se foi com ela. Agora acredito que ela está um pouco em cada um de nós. Quero me lembrar dela pela alegria, pelo prazer que tinha em pedalar. E creio que é assim que ela gostaria. Perdemos sim uma amiga, mas ao mesmo tempo, ganhamos um trágico motivo para nos unirmos ainda mais e seguirmos nossa luta para que nossas ruas sejam mais seguras para todos. Conhecidos ou não, ciclistas ou pedestres.

Um abraço em luto, mas firme e forte mirando o olhar no futuro.


João Guilherme Lacerda

Luto

” Mas venho sugerir uma alteração na camiseta da placa “tradicional”, onde não mexeria no desenho, mas escreveria em letras grandes, acima do desenho: “AFASTE-SE!”. Porque às vezes tenho a impressão que os caras ignoram o desenho, nem reparam nele. Será muito otimismo de minha parte achar que o cara, ao ler o texto, vai prestar atenção ao desenho e deduzir que ele tem que manter ALGUMA distância do ciclista? Nem precisa ser 1,5m. Se ele der 20cm eu já fico feliz!
Enfim, pitaquinho.

Abs,
Márcia"





Márcia Regina de Andrade Prado, 40, massagista, ciclista, primeira dama das rodas fixas paulistanas, minha amiga, mais uma vítima da imbecilidade humana. Nunca vi ela de mal humor, nunca vi ela sendo grossa com alguém, sempre uma presença tranquila e bem vinda. Descanse em paz.





Homenagem:

QUINTA (15/10), às 18h, na Praça do Ciclista




Bicicletada da Memória: Márcia Prado

SEXTA (16/10), às 18h, na Praça do Ciclista






Outras homenagens e informações nos links deste post.

14 de janeiro de 2009

Feist

Incrível. É só mais um rostinho bonito, mas, junto com Strokes e Amy Winehouse, é o que há de melhor na música pop de hoje.

Compoe suas próprias músicas, toca guitarra melhor do que eu e, o mais importante, canta muito. Não tem uma voz incrível, é muito limpinha (a voz, que fique bem claro), leve, mas o que falta em peso sobra em sentimento. Podem falar que é heresia, mas ela cantando me lembra o Stevie Ray Vaughan tocando guitarra.

One evening tem a melhor coreografia que já vi, acho que a JuM e o Albert vão gostar também, puro free dancing. 1234 é bonitinho, mas eles não me enganam: não é um único take nem a pau. I feel it all é um único take, muito legal, ela deve ter sofrido pra gravar. Em Secret hart fica mais claro o feeling que ela tem. O clipe de Honey honey é pra quem gosta de bonecos ou gosta de animações, começa meio o velho e o mar, vira Dorival Cayme, passa por Pinocchio e termina meio ladrão de sonhos.

13 de janeiro de 2009

As ruas sustentáveis de Nova Iorque

Sempre achei que boas mudanças acontecendo no centro do mundo são bons sinais para todos. Em geral, o centro gira mais devagar do que as borda. Quando acontece lá, é porque já era, vai se espalhar para todo lugar.

Parece que agora, muito depois da Europa e muito antes das terras de Pindorama, Nova Iorque está se tornando uma cidade mais humana, amiga das bicicletas.

Veja neste vídeo de 3:37 minutos do Sérgio Abranches como a ciclista maluca comissárias de transportes da cidade, Janette Sadik-Kahn, tirou do automóvel algumas importantes ruas e as transformou "em espaços públicos, controlados por pedestres e ciclistas". Até a emblemática Madison Square foi salva e voltou a ter vida.

E não para por ai: bilhões de bicicletários e estacionamentos de bicicletas serão implantados.

Yes, we can!!

11 de janeiro de 2009

Dois SUVs se beijando

Meu amigo baiano fundador do Beerganismo está se mostrando um grande contribuidor deste blogmandou o relato abaixo. Faltou só colar em cada um o adesivo "um carro a menos".



Estou em Fortaleza-CE e acabei de presenciar dois SUVs se beijando num cruzamento. Não consegui evitar de tirar umas fotos e quando percebi eu tava sorrindo enquanto tirava, e os caras olhando estranho pra mim!

Infelizmente não tinha levado a câmera, tirei com meu PDA, então a resolução ficou "marromeno".

10 de janeiro de 2009

Vá de bike na medida do humano



Mais crianças, menos automóveis.

Eu, quando menino, tive a graça de ir pra todo lugar de bicicleta, meus filhos provavelmente não terão. Não terão mesmo? Será que é muito difícil mesmo, será que não tem mais jeito. Eu e o Willian e mais um monte de gente acreditamos que tem jeito ainda.

Pedaço do texto do Willian que inspirou essa provocação:

Se você cansou de sua cidade, faça o possível para torná-la melhor. Um momento em que seu carro te deixa na mão, por exemplo, pode ser uma oportunidade para ver a cidade de outro ângulo, em vez da viciada experiência de se trancar em um ambiente climatizado e se isolar do mundo e das pessoas até chegar a outro local de confinamento. Aliás, foi exatamente o que aconteceu comigo: em um dia que meu carro quebrou, resolvi usar a bicicleta para ir ao trabalho e vi que não era tão complicado quanto parecia. Foi aí que tudo começou a mudar. A cidade mudou para mim, e eu mudei para a cidade e para os que estão à minha volta.

Nao podemos viver confinados em bolhas de metal. As ruas são suas também. Saia a pé, sinta o sol, olhe para o céu. Há quanto tempo você não repara nos formatos das nuvens, no som dos pássaros e nas plantas que insistem em nascer em qualquer buraquinho da calçada, resistindo à petrificação da cidade?

9 de janeiro de 2009

Maglia rosa vintage



Maglia rosa usada por Gianni Motta após vencer o Giro d'Italia de 66.

Meu amigo baiano fundador do Beerganismo encontrou esta belezura nesta página que vende camisas de época.

Nessa época, depois da segunda guerra, o ciclismo era disparado o esporte mais popular da Itália. O Giro d'Italia e as outras grandes provas atraiam milhares de pessoas que se acumulavam nas beiras das estradas para ver o pelotão passar. Eram heróis que serviram para levantar o moral depois da devastação.

Pobre do povo que precisa de heróis, mas pelo menos naquela época ganhava quem tinha perna mesmo, ainda não havia tanto corredor dopado. O dinheiro não falava tão alto.

7 de janeiro de 2009

Maglia Rosa

Procurando no google um programa da RAI para o meu pai (que é o único telespectador de verdade deste canal) acabei encontrando o blog Maglia Rosa. Deixo aqui a dica, é um ótimo lugar para aprender mais e se manter atualizado sobre o mundo do ciclismo. Inclusive sobre sua história.

Como tira gosto, duas curiosidades sobre o Giro d'Italia



Maglia rosa:

“Maglia Rosa” é a identificação do atleta líder da maior (ou uma das) provas de ciclismo de longa distância do calendário mundial: o Giro d’Italia.

Prova tradicional, disputada desde 1909, se não é a mais famosa (o Tour de France é a prova mais conhecida), é considerada mais difícil. A geografia da Itália faz desta prova um prato cheio para os ciclistas escaladores.

No Giro, a cor da camisa do líder é rosa claro. Num primeiro momento, as pessoas que não entendem absolutamente nada do assunto acham estranho e sempre escutamos alguma piadinha infame relacionando o comportamento sexual dos atletas com a cor da roupa que usam. O motivo real da cor rosa é a homenagem a empresa organizadora: o jornal Gazzetta Dello Sport.

Diz a lenda que no tempo dos homens das cavernas (nem tanto!) não havia papel de qualidade para a impressão do jornal. A solução foi a utilização de um papel de qualidade inferior, na cor rosa. Até hoje esse periódico tem as páginas dessa cor.

Maglia nera:

Maglia nera, maillot negro, black jersey, camisa preta.

É o equivalente italiano da lanterne rouge. Como os italianos são sempre do contra, não poderiam fazer uma coisa que já existia em outra prova.

Não se sabe exatamente qual o significado da cor preta e por qual motivo ela foi escolhida. Especula-se que tenha a ver com o luto, tristeza, coisas do gênero.

Porém, da mesma forma que a correspondente francesa, vestir a maglia nera não é motivo de vergonha. Se sabemos quem foi o último em todas as edições do Giro, o mesmo não podemos dizer do penúltimo, do ante-penúltimo e assim por diante. Houveram edições nos anos 40, em que alguns corredores tentavam perder o maior tempo possível (mas cuidando para não serem desclassificados por estouro do limite de tempo), sentados em bares na beira das estradas.

5 de janeiro de 2009

Israel vs Palestina: solução final

Eis que leio no idéias antigas a mais sensata solução para o conflito no oriente médio.


Da divisão da Palestina:

1 - Os israelenses ficam com Higienópolis e o Upper West Side. É onde eles passam a maior parte do ano, mesmo. Colonos judeus serão treinados para trabalhar no Terceiro Setor ou em fábricas de matzos.

2 - Os palestinos ficam com Foz do Iguaçu e Ciudad del Este. Duvido que reclamem de falta d'água lá.

3 - O litoral de Israel, as praias de Gaza e Jerusalém serão divididos entre a administração dos Museus do Vaticano e os empresários do turismo de Las Vegas. O restante da região pode virar sítio de teste de armas nucleares, a ser administrado em consórcio entre Estados Unidos, Irã e Paquistão.

3 de janeiro de 2009

A Ecovias é uma palhaçada

Observações interessantes voltando do Guarujá:

1 - Na cidade, várias ciclovias para todo lado. Não são muito boas, mas são bem utilizadas, funcionam. Na estrada pra sair da cidade, logo abaixo da placa que indica inicio da administração pela Ecovias a ciclovia acaba. Nada mais categórico.

2 - Existem várias placas de proibido bicicleta. Totalmente irregular. A bicicleta não é só um brinquedo, é um veículo, é um meio de transporte que tem direitos e deveres como todos os outros. Nós temos o direito "garantido" de passar pelas estradas controladas por essa empresa, por que ela não cumpre a lei?

3 - Meu reino por uma câmara fotográfica naquele momento: logo antes da entrada da via Anchieta havia uma placa "radares desligados". Radares desligados? Licença para matar? Leis, pra que leis? O que importa é o fluxo. Isso não é um país, é um laboratório de psicologia comportamental.

Precisamos fazer uma campanha do tipo "Ecovias, cumpra a lei!". É uma palhaçada. E durante o verão inteiro continuaremos tentando descer até Santos de bicicleta.

Vamos até conseguir.