Por incrível que pareça, um dos maiores desafios que um professor encontra em sala de aula é "o que fazer com os alunos muito bons?"
Em princípio, todo professor já aprendeu, na teoria e na prática, como lidar com as encrencas vindas de alunos ""problemas"" (muitas aspas aqui, por favor). As diversas possibilidades de questões disciplinares, psicológicas, cognitivas, físicas... são de conhecimento de todos. E uma das medidas para determinar o quão boa é uma escola é como ela ajuda o professor e o aluno nessa hora.
Mas conto nos dedos os momentos em que tive a oportunidade de discutir, na faculdade ou no trabalho, as dificuldades causadas pelos alunos ""bons"" (mais aspas aqui também).
Os alunos que vão caminhando sozinhos acabam sendo um pouco abandonandos. Na heterogeneidade da sala de aula eles muitas vezes se entediam, perdem o interesse e acabam causando problemas para si mesmos e para o ambiente.
Não por acaso, uma das formas que encontrei para atacar esse problema foi utilizar a minha maior paixão: os desafios matemáticos.
As vezes eu acho que nasci pra fazer isso. Gosto de sexo, de bicicleta, de música, de comida, de esportes, de cerveja, de conversar... mas o mundo pára quando tenho em minha frente um problema, um desafio, um enigma. Chego ao ponto de ter alguns desafios de estimação. E odeio, odeio, odeio quando alguém me conta a resposta antes de eu ter chegado nela por mim mesmo.
Encontrei várias vantagens ao levar desafios para a sala de aula: fugir do lugar comum dá aquela arejada para todo mundo, o aluno mais avançado se sente motivado, o aluno que não está de bem com a matemática da escola encontra um lugar para (talvez) renovar essa relação e, o mais importante, a aula fica mais legal.
Pensando nisso, a partir de segunda-feira a sessão desafios matemáticos será reformulada. Vou dividi-la em duas partes, uma com os desafios e a outra com as respostas. Os desafios aparecerão toda segunda (vou me esforçar muito para conseguir isso) e as respostas... bem, não é muito do meu feitio entregar respostas de bandeja, então pensei em fazer assim: se o post passar em branco, se não gerar discussão, eu mesmo farei a discussão na sexta-feira. Mas se alguém acertar antes de sexta ou se a discussão estiver boa, farei um post sintetizando tudo quando julgar oportuno.
Quem sabe assim eu acabo com essa pouca vergonha de ter mais publicações sobre bicicleta do que sobre matemática.