21 de abril de 2010

Simples e suave coisa




Poema de autoria de S.A.B., roubado desse boteco.



( )

o que parece
que uma mão entra e afasta tudo (de mim!) para os lados.
fica assim,
uma licença.
calada cadência.
dessequência.
reticência.
um espaço largo,denso de nada.
pesado de tanto sem .





Escolher um título pro post, ainda mais colocando uma imagem, acaba direcionando o leitor e diminuindo a beleza do poema. Mas o leitor e o poema não me importam.


É preciso dizer se é escritor ou escritora?


Me fez lembrar a música Amor, do Secos e Molhados, a melhor banda de rock da história deste país! Aqui com um som bonzinho ou aqui pra ter uma vaga noção da estranheza que esses caras devem ter causado na época.


Leve, como leve pluma
Muito leve, leve pousa.
Muito leve, leve pousa.

Na simples e suave coisa
Suave coisa nenhuma
Suave coisa nenhuma.

Sombra, silêncio ou espuma.
Nuvem azul
Que arrefece.

Simples e suave coisa
Suave coisa nenhuma.
Que em mim amadurece



Se o título dessa música não fosse Amor, você saberia do que se trata?




A música abaixo é do Cazuza, chama-se Poema. É a coisa mais bela que já li sobre o assunto. E fica melhor ainda na voz do Ney Matogrosso.

De que assunto se trata?


Eu hoje tive um pesadelo
E levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo
E procurei no escuro
Alguém com o seu carinho
E lembrei de um tempo

Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era ainda criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou consolo

Hoje eu acordei com medo
Mas não chorei, nem reclamei abrigo
Do escuro, eu via o infinito
Sem presente, passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim
E que não tem fim

De repente, a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio, mas também bonito porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu há minutos atrás

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