30 de setembro de 2008

Vamos fazer a Soninha ganhar do Maluf




Deste blog que eu nem conheço, nem li e nem posso recomendar. Mas gostei da idéia.

CAMPANHA: VAMOS GANHAR DO MALUF!

Ok, a Soninha não vai ganhar a eleição. Os políticos nunca trabalham com essa hipótese. A arrogância da classe política faz com que eles jamais admitam isso, mesmo com 1, 2 ou 3%. Soninha tem, hoje, 5%. Maluf tem de 6 a 7%. Na margem de erro, estão empatadíssimos.

Minha meta - é minha, não dela nem de ninguém ligado à campanha - é que ela ganhe dele. Só dele. Pode ser uma perspectiva mesquinha, ou algo assim, e eu honestamente quero mais é que se dane.

Mas é uma grande satisfação pessoal! Trabalhei quatro anos num gabinete, e é gratificante demais saber que, agora, tenho a chance de ver a mulher com quem trabalhei ENTERRAR de vez esse cadáver político. Vamos sacanear o Maluf, vamos enterrá-lo, vamos fazer sua candidatura seja humilhada em uma derrota para a Soninha, que faz uma campanha quase sem grana!

Com a ajuda de uma amiga de quem gosto demais e cujo nome manterei em sigilo porque não quero enguiço pro lado dela, fiz o banner abaixo e também o baguláits pra colocar nos blogs e sites.

Mais abaixo, links da campanha da Soninha e, no dia 05/10, é só sentar o dedo no 23 e mandar o Maluf pro inferno. Vamos ganhar do Maluf! É bem mesquinho, mesmo. Não tem nada de edificante, nada de propositivo, nada de legal nem de bonitinho nisso. É péssimo, deplorável, feio, bobo e cara-de-melão.

Mas não tem preço!

Não há dinheiro nenhum que pague o sepultamento desse covarde que, no debate de ontem, usou e abusou dos piores expedientes e, ainda assim, levou uma elegante SURRA da Soninha.

VAMOS GANHAR DO MALUF, PORRA!



Obs: a Soninha sempre foi minha musa. Depois que a conheci nas bicicletadas, virou mais minha musa ainda. Uma simpatia de pessoa. Parece uma criança. Pena que é palmeirense.

Obs 2: o Laerte é meu ídolo, se ele apoiasse outro candidato eu matava ele.

25 de setembro de 2008

Ciúme do Contardo

Quinta feira é dia de ler a coluna do Contardo Calligaris na falha de são paulo. Essa é do dia 4 de setembro. Os grifos são meus.


Ciúme

A CADA semana, ouço a queixa de alguém que encontra, no celular de seu parceiro ou parceira, a "prova" de uma traição: o ciúme vinga com a tecnologia, mas entendê-lo continua difícil.
Para os darwinistas, a evolução favoreceu os ciumentos: sobrevive a linhagem dos que evitam sustentar rebentos ilegítimos, poupando assim seus recursos. Problema: o argumento evolucionista vale só para o ciúme masculino (mesmo no pleistoceno, os homens que pulavam a cerca não voltavam grávidos para casa), e, restaria explicar, o ciúme feminino. Várias pesquisas mostram que todos, homens e mulheres, são mais sensíveis à infidelidade emocional (que não engravida ninguém) do que à infidelidade sexual.
Os cognitivistas, em geral, entendem o ciúme como uma reação contra algo que ameaça a relação e fere o amor-próprio do "traído". Faz sentido, mas o ciúme (sobretudo patológico) nem sempre é reativo: às vezes, o ciumento inventa situações para alimentar seu ciúme.
Os terapeutas psicodinâmicos notam que o ciumento é mais preocupado consigo e com seus rivais do que com o objeto de seu amor. Eles reconhecem, grosso modo, dois tipos de ciúme, que ambos seriam restos neuróticos da infância:
1) Há o ciúme possessivo de quem não deixa a primeira infância, continua querendo ser um único corpo, junto com a mãe, e só enxerga ameaças - no pai, nos irmãos etc. Nesse estilo, uma tia minha passou a vida recluída pelo marido: não saía de casa, nenhum médico podia examiná-la. Por essa razão, eu não a conheci, mas minha avó dizia que o homem era louco e que ela era louca também, por aceitar.
2) Há o ciúme inseguro de quem nunca se sente "tranqüilamente" amável e está sempre revivendo as emoções da pré-puberdade, quando descobrimos que a mãe tem interesses diferentes da gente (experiência dolorosa, mas também prazerosa, pois, traindo-nos, ela nos liberta para desejarmos outras coisas).
Então? Pois é, acabo de ler uma pesquisa, de Visser e McDonald, no "British Journal of Social Psychology" (vol. 46, nº 2, junho 2007): "Swings and Roundabouts: Management of Jealousy in Heterosexual Swinging Couples" (suingue e carrosséis: administração do ciúme em casais heterossexuais que praticam o suingue).
Questão dos pesquisadores: há casais que praticam regularmente o suingue, a troca sexual de parceiros; como eles administram o ciúme?
Resultado previsível: os casais que praticam suingue transformam seu ciúme em excitação sexual. Essa transformação é mais fácil para o homem; na mulher, a visão do parceiro nos braços de outra produz facilmente insegurança. Seja como for, a transformação do ciúme em excitação sexual é possível à condição que seja garantida a confiança absoluta de ambos na coesão do casal. Garantida como?
1) A primazia do envolvimento afetivo sobre o sexual é permitida pela sinceridade. O parceiro é sempre o primeiro a saber: essa prioridade garante a superioridade do laço afetivo do casal sobre o laço sexual com outros. De fato, na infidelidade, o que mais causa aflição é que, por exemplo, o amante sabe do marido, e o marido não sabe do amante (diga para um amante que sua performance é comentada na mesa do casal, e ele, provavelmente, sumirá para sempre).
2) O próprio suingue, como fantasia constantemente elaborada pelos dois, consolida o laço do casal, torna-o muito mais importante do que os parceiros ocasionais de cada um.
Será que, dessas constatações, há como deduzir uma receita contra o ciúme ordinário?
Parece que sim: à condição de não precisar repetir os restos da infância mencionados antes, deve ser possível construir uma relação em que o ciúme seja tolerável. Para isso, segundo a pesquisa, é bom: 1) que as "infidelidades" (todas, não só as sexuais) sejam prenunciadas, ou seja, que elas existam primeiro na conversa do casal (O TAL DO ACORDO); 2) que os membros do casal compartilhem uma aventura, um sonho (voar de asa delta, aprender sânscrito ou praticar suingue, tanto faz).
Mais duas observações. A maior traição é a traição do próprio desejo da gente; portanto, pedir ao outro para não nos trair é menos importante do que lhe pedir para não trair a si mesmo. Até porque um parceiro ou uma parceira que traísse seu próprio desejo para ficar com a gente acabaria, a médio prazo, odiando-nos por ter-se traído.
Enfim, uma infidelidade não é razão para acabar com uma relação. No máximo, é razão para perguntar-se se a relação vale a pena.

23 de setembro de 2008

O Canna é meu pastor e nada me faltará

História que o Canna mandou pra lista da bicicletada e fez todo mundo chorar. Será que eu devia ter pedido a permissão dele pra publicar?



E pensando aqui, me lembro de uma passagem uns tempos atrás:

Estava na bicicletaria, trocando meus pneus 2.0 novinhos por dois 1.5 slicks, pois os largos não me agradavam. Pagava R$ 25 paus em cada pneu, mais as câmeras novas...sem pensar muito que estava gastando uns 70 reais ali, graças a Deus não me fazem falta.

Enquanto aguardo, um rapaz bem simples, com uniforme de empresa e uma bike toda fudida chega perguntando quanto era um pneu novo. A bike dele era uma mountain bike toda ferrada, com roda dianteira com aro diferente da traseira, os pneus estavam um caco, sem freio traseiro...

Puxei assunto e ele me disse que ia para o trabalho todo dia de bicicleta, fiz uns cálculos e ele pedalava uns 40km por dia. Disse que fazia supermercado, tudo ele ia de bike pois era mais rápido e fazia bem pra saúde.

Ao saber o preço do pneu mais barato, descartou a compra pois nitidamente não tinha a grana para comprá-lo.

A minha ficha caiu. Ofereci meus dois pneus com as respectivas câmeras. Ele achou meio estranho e perguntou quanto era. Disse que não era nada, eu ia entulhar isso em casa e pedi pro cara da bicicletaria arrumar uma roda 26 usada pra ele montar com os pneus que dei.

O cara abre a carteira, saca os únicos 10 reais que tinha e me oferece. Me senti um lixo. Falei pra ele que ficaria muito feliz em saber que ele iria usar os pneus e que dos amigos não se cobra nada.

Os olhos do cara encheram de lágrimas...

Eu vivo lamentando os números da empresa, que eu perdi ali, que eu ganhei ali...catzo, eu tenho um monte de bicicletas, todas do jeito que quero, poderia me sentir um cara realizado, e acho que pedalo muita coisa...

Eu sou na realidade um merda...quem pedala são estes guerreiros. Eles são os ciclistas urbanos, percorrem distâncias diárias gigantes com uns trambolhos daqueles, só com freio traseiro. Nem fazem idéia do que a bicicleta representa no trânsito ou os direitos que têm, eles só querem pedalar e chegar vivos em casa.

Tem situações que fazem a gente pensar: o que faz encontramos estas pessoas para deixarmos de reclamar um pouco e olhar pro cara que tá do seu lado?

Acho que se as bicicletas não forem para todos, não serão para ninguém.

É isso.

Canna

Manifesto dos invisíveis

Não poderia começar de outro jeito. Pelo orgulho de fazer parte disso. Se quiser fazer parte também, siga por aqui.

Motorista, o que você faria se dissessem que você só pode dirigir em algumas vias especiais, porque seu carro não possui airbags? E que, onde elas não existissem, você não poderia transitar?

Para nós, cidadãos que utilizam a bicicleta como meio de transporte, é esse o sentimento ao ouvir que “só será seguro pedalar em São Paulo quando houver ciclovias”, ou que “a bicicleta atrapalha o trânsito”. Precisamos pedalar agora. E já pedalamos! Nós e mais 300 mil pessoas, diariamente. Será que deveríamos esperar até 2020, ano em que Eduardo Jorge (secretário do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo) estima que teremos 1.000 quilômetros de ciclovias? Se a cidade tem mais de 17 mil quilômetros de vias, pelo menos 94% delas continuarão sem ciclovia. Como fazer quando precisarmos passar por alguma dessas vias? Carregar a bicicleta nas costas até a próxima ciclovia? Empurrá-la pela calçada?

Ciclovia é só uma das possibilidades de infra-estrutura existentes para o uso da bicicleta. Nosso sistema viário, assim como a cidade, foi pensado para os carros particulares e, quando não ignora, coloca em segundo plano os ônibus, pedestres e ciclistas. Não precisamos de ciclovias para pedalar, assim como carros e caminhões não precisam ser separados. O ciclista tem o direito legal de pedalar por praticamente todas as vias, e ainda tem a preferência garantida pelo Código de Trânsito Brasileiro sobre todos os veículos motorizados. A evolução do ciclismo como transporte é marca de cidadania na Europa e de funcionalidade na China. Já temos, mesmo na América do Sul, grandes exemplos de soluções criativas: Bogotá e Curitiba.

Não clamamos por ciclovias, clamamos por respeito. Às leis de trânsito, à vida. As ruas são públicas e devem ser compartilhadas entre todos os veículos, como manda a lei e reza o bom senso. Porém, muitas pessoas não se arriscam a pedalar por medo da atitude violenta de alguns motoristas. Estes motoristas felizmente são minoria, mas uma minoria que assusta e agride.

A recente iniciativa do Metrô de emprestar bicicletas e oferecer bicicletários é importante. Atende a uma carência que é relegada pelo poder público: a necessidade de espaço seguro para estacionar as bikes. Em vez de ciclovias, a instalação de bicicletários deveria vir acompanhada de uma campanha de educação no trânsito e um trabalho de sinalização de vias, para informar aos motoristas que ciclistas podem e devem circular nas ruas da nossa cidade. Nos cursos de habilitação não há sequer um parágrafo sobre proteger o ciclista, sobre o veículo maior sempre zelar pelo menor. Eventualmente cita-se a legislação a ser decorada, sem explicá-la adequadamente. E a sinalização, quando existe, proíbe a bicicleta; nunca comunica os motoristas sobre o compartilhamento da via, regulamenta seu uso ou indica caminhos alternativos para o ciclista. A ausência de sinalização deseduca os motoristas porque não legitima a presença da bicicleta nas vias públicas.

A insistência em afirmar que as ruas serão seguras para as bicicletas somente quando houver milhares de quilômetros de ciclovias parece a desculpa usada por muitos motoristas para não deixar o carro em casa. “Só mudarei meus hábitos quando tiver metrô na porta de casa”, enquanto continuam a congestionar e poluir o espaço público, esperando que outros resolvam seus problemas, em vez de tomar a iniciativa para construir uma solução.

Não podemos e não vamos esperar. Precisamos usar nossas bicicletas já, dentro da lei e com segurança. Vamos desde já contribuir para melhorar a qualidade de vida da nossa cidade. Vamos liberar espaços no trânsito e não poluir o ar. Vamos fazer bem para a saúde (de todos) e compartilhar, com os que ainda não experimentaram, o prazer de pedalar.

Preferimos crer que podemos fazer nossa cidade mais humana, do que acreditar que a solução dos nossos problemas é alimentar a segregação com ciclovias. Existem alternativas mais rápidas e soluções que serão benéficas a todos, se pudermos nos unir para construi-las juntos.

A rua é de todos. A cidade também.

Nós, que também somos o trânsito:


Alberto Pellegrini
Alexandre Afonso
Alexandre Catão
Alexandre Loschiavo (Sampabiketour)
Alex Gomes (U-Biker)
Alonzo "chascon" Zarzosa (Terrorista Latino)
Ana Paula Cross Neumann (Aninha)
André Mezabarba - BH
André Pasqualini (CicloBR)
Antonio Lacerda Miotto (Pedalante)
Aylons Hazzud
Ayrton Sena Santos do Nascimento
Beto Marcicano (Super Ação!)
Bruno Canesi Morino
Bruno Gola
Carolina Spillari
Célia Choairy de Moraes
Chantal Bispo (Eu vou voando)
Daniel Ingo Haase (FAHRRAD)
Daniel Albuquerque
Danilo May
Eduardo Lopes Merege
Eduardo Marques Grigoletto (CicloAtivando)
Evelyn Araripe
Fabiano Faga
Fabrício Zuccherato (pedal-driven)
Flávio "Xavero" Coelho
Felipe Aragonez (Falanstérios)
Felipe Martins Pereira Ribeiro
Fernando Guimarães Norte
Frank Barroso (Movimento Cidade Futura)
Gustavo Fonseca Meyer
Hélio Wicher Neto
Jeanne Freitas Gibson
João Guilherme Lacerda
José Alberto F. Monteiro
Juliana Mateus
Juliana Diehl
Jupercio Juliano de Almeida Garcia
Laércio Luiz Muniz (Onipresente Ausente)
Leandro Cascino Repolho
Leandro Kruszielski (meandros)
Leandro Valverdes
Leonardo Américo Cuevas Neira
Luciano César Marinho
Lucien Constantino
Luis Sorrilha (BIGSP)
Luiz Humberto Sanches Farias
Marcelo Império Grillo (MIG)
Márcia Regina de Andrade Prado
Márcio Campos
Mário Canna Pires
Matias Mignon Mickenhagen
Mathias Fingermann
Maurício Rodrigues de Souza
Otávio Remedio
Paula Cinquetti
Polly Rosa
Renata Falzoni (falzoni.com - nightbikers - espn/renatafalzoni )
Renato Panzoldo
Ricardo Shiota Yasuda
Ricardo Sobral (Bicicleta na Cidade)
Rodrigo Sampaio Primo
Ronaldo Toshio
Silvio Duarte Moris (Silvio's site)
Silvio Tambara (na medida do humano)
Vado Gonçalves (cicloativismo)
Vitor Leal Pinheiro (Quintal)
Willian Cruz (Vá de Bike!)