30 de novembro de 2009

Sem o direito de errar


Em alguma das listas de email que faço parte, alguém mandou dois vídeos totalmente fora do assunto. O primeiro quase me fez vomitar. O segundo me fez entender um pouco do que se trata e me deixou com uma vontadezinha bem pequena de fazer algo vagamente similar.

Tratam-se de dois vídeos com imagens e entrevistas do escalador americano Dan Osman.

Sempre admirei escalada, mas nunca tive coragem de chegar perto. O contato com a natureza, o desafio, a preparação física, o convívio com seus próprios limites, as paisagens e as viagens sempre me atrairam. Na verdade, nem sei por quê nunca experimentei.

Mas uma coisa que é difícil de entender, principalmente para quem nunca fez algo parecido, é por que alguém arrisca tanto a vida?

Existem equipamentos e procedimentos de segurança que diminuem muito o risco. Praticamente ele só existe se não se segue as normas. Mas sempre, em qualquer atividade que envolva risco e adrenalina, como o trapézio, a bicicleta ou os jogos de azar, parece que as pessoas se enfadam do controle e precisam sentir aquele medo de que alguma coisa ainda pode dar errado.

É o vício em adrenalina.

Como com qualquer outra droga, o indivíduo dependente precisa de doses mais altas para sentir prazer. E Dan Osman, que foi um dos escaladores mais técnicos e admirados de todos os tempos, morreu disso. A auto confiança ou a perda da capacidade de avaliar o levaram a cometer um erro imbecil, interrompendo uma carreira brilhante e deixando mulher e filha desamparadas.

Valeu a pena? Só perguntando pra ele.

28 de novembro de 2009

24 de novembro de 2009

Trinta dias

Meu amigo baiano fundador do Beerganismo e ombundsman deste blog criou seu próprio blog.

E não é qualquer blog.

O cara, que é a melhor compania neste mundo para entornar o caneco, se propos o desafio de ficar um mês sem beber e relatou, num post por dia, suas impressões, reflexões, angústias, etc...

O que motiva alguém a fazer isso você vai ter que descobrir lendo. Só posso dizer que fiquei orgulhoso.


Leia um trecho do terceiro dia abstêmio.

Se droga fosse algo ruim, ninguém usaria. Usa-se porque, apesar dos prejuízos, obtêm-se algum benefício ou prazer. Tudo tem um preço. Tem gente que gosta de álcool, de açúcar, chocolate, frituras, pão. O preço a se pagar pelo excesso pode ser um fígado prejudicado, obesidade, colesterol, pressão alta. Mas todo mundo sabe desta história toda. Sabe também que precisamos fazer exercícios físicos regulares, dormir bem, evitar stress.

Eu não ingiro açúcar (a não ser associado em algum doce ou refrigerante que consumo eventualmente). Pedalo regularmente, vendi meu carro há três anos e ando bastante. Não como frituras, só uso azeite extra virgem. Como muitas frutas, saladas e vegetais em geral, bebo bastante água. Eu tenho algum crédito de saúde, talvez mais do que VOCÊ. Então antes de criticar quem gosta de beber, pense nos excessos que você comete com as drogas disfarçadas de COMIDA no seu dia-a-dia.


Para ler o resto siga por aqui.

18 de novembro de 2009

Literalmente uma escala musical

Uma ação publicitária divertida.

Em Estocolmo, Suécia, transformaram uma escada de uma estação de metro em um piano.

A idéia era ver se, tornando a escada mais divertida, as pessoas a usariam em detrimento da escada rolante. É o dilema que as pessoas têm no dia-a-dia entre a diversão e a praticidade.

Por que não pensar em transformar as coisas úteis e necessárias em coisas úteis, necessárias e divertidas?

16 de novembro de 2009

Pertencer

Admirável reflexão do meu amigo carioca. Ele conseguiu expressar tão bem esse sentimento que seria um desperdício de palavras criar outro texto. Portanto, surrupiei na cara dura. O original está aqui.


O uso da bicicleta no meio urbano tem um papel fundamental em reconstruir individualmente o olhar. Quem pedala não é simplesmente mais saudável e pontual, mas principalmente passa a olhar para o ambiente onde vive de uma maneira distinta. As ruas deixam de ser apenas local de passagem rumo a um destino, passsam a ser parte indissociável do diário ir e vir.

A cada dia, em cada rua que um ciclista cruza, por breves instantes, o asfalto pertence a quem pedala e vice-versa. A bicicleta é o único veículo capaz de tornar seu usuário proprietário e propriedade do espaço onde circula. Essa ligação efêmera se desfaz e se renova a cada giro dos pneus e segue. Sem deixar marcas, mas capaz de mudar para sempre o olhar de quem se locomove nas duas rodas a pedal.